quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Governo estuda prorrogar programa


governo estuda a prorrogação, de dezembro deste ano para março de 2013, das condições atuais do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), operado principalmente pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), segundo uma fonte próxima ao assunto. 

Ontem, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, estimou forte crescimento no desembolso de empréstimos relacionados a bens de capital no quarto trimestre, quando, em sua avaliação, os investimentos totais na economia começarão a recuperar-se, numa trajetória de aceleração ao longo de 2013. 

Com juros mais baixos para os financiamentos à aquisição de máquinas e equipamentos e ao capital de giro associado, o PSI foi criado em 2009, em caráter emergencial, para combater efeitos da crise sobre o setor produtivo. Já está em sua quarta versão, com vigência até dezembro de 2013. A linha especial tem uma autorização de crédito de R$ 277 bilhões, dos quais cerca de R$ 150 bilhões já foram desembolsados. 

No fim de agosto, as taxas para compra de caminhões e máquinas e equipamentos - financiados sobretudo pela linha Finame, linha de crédito automática repassada por outras instituições financeiras - foram reduzidas de 5,5% para 2,5% ao ano. Em abril, já havia ocorrido um corte nas taxas. Inicialmente, os juros negativos valeriam apenas até 31 de dezembro próximo. 

A extensão das taxas negativas para bens de capital seria mais uma tentativa do governo de estimular o investimento. Segundo Coutinho, a recuperação nos investimentos neste último trimestre é apontada pelo aumento nas consultas sobre empréstimos ao banco e ocorrerá tanto como efeito da redução de juros quanto por causa de uma melhora na confiança do empresariado - sustentada na percepção "consensual" de crescimento econômico por volta de 4% em 2013. 

Coutinho estimou forte crescimento nos recursos liberados pela Finame: "No primeiro semestre, operamos algo como de R$ 3,5 bilhões a R$ 3,7 bilhões por mês (no Sistema Finame), em média. Agora, vamos operar a R$ 6 bilhões ao mês ou mais, de outubro a dezembro", disse, após um seminário no Rio. 

Com isso, os investimentos começariam uma trajetória de alta até 2013. "Temos que batalhar para que o crescimento dos investimentos em 2013 supere 8% (ante 2012). Precisamos fazer com que o crescimento da formação de capital volte a ser muito mais firme do que o próprio crescimento do PIB", completou Coutinho. 

No entanto, especialistas têm dúvidas quanto à consistência da trajetória. Cálculos da economista Silvia Matos, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), mostram crescimento de 8,2% no valor liberado pela Finame nos 12 meses terminados no terceiro trimestre, ante os 12 meses imediatamente anteriores, em termos reais - considerando a inflação. 

Desde 2011, os desembolsos da Finame nesse cálculo vinham em queda, com piora no início deste ano, em movimento paralelo ao comportamento da indústria. Para Silvia, juros negativos ajudam, mas não atacam o problema: "Temos um problema de oferta que nem a política monetária nem os juros negativos resolvem", disse a economista, citando falta de produtividade e o cenário para investimentos, às vezes atrapalhado pelo excesso de medidas do governo, como importantes. 

Segundo Mario Bernardini, assessor econômico da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a Finame financia cerca de 30% das vendas do setor, que teve mais um trimestre ruim no período encerrado em setembro e deverá entrar num movimento de recuperação "suave" no fim do ano. "Há uma pequena recuperação nas aprovações da Finame", afirmou Bernardini, destacando que esses dados dão uma perspectiva melhor do momento. 

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul - Abimaq

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Indústria mostra recuperação em nove regiões brasileiras


A produção industrial cresceu em 9 de 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em agosto.

Segundo o levantamento divulgado, o estado de Goiás liderou o crescimento da indústria, com 10,3%.

Os seguintes estados também registraram crescimento: Amazonas (7,6%), Rio Grande do Sul (4,8%), Minas Gerais (3,3%), Paraná (3,0%), São Paulo (2,7%), Rio de Janeiro (0,6%), Santa Catarina (0,5%) e Bahia (0,1%).

A recuperação industrial ocorre após uma série de medidas anticíclicas e estruturantes, caso do Plano Brasil Maior, implementadas pelo governo federal com objetivo de aquecer a economia e reduzir os custos de produção.

Entre as primeiras, destacam-se a redução dos juros, que após nove cortes sucessivos chegaram ao inédito patamar de 7,50% ao ano, a ampliação das linhas de crédito dos bancos oficiais e a redução do IPI para carros, linha branca, móveis e materiais de construção.

Entre as medidas estruturantes de impacto imediato, o governo instituiu a desoneração da folha de pagamentos, que já contemplou 40 setores com a troca da contribuição de 20% para a previdência por uma alíquota que varia de 1% a 2% sobre o faturamento, e o programa Reintegra, que devolve à indústria 3% da receita obtida com a exportação de produtos.

O governo ainda direcionou R$ 8,4 bilhões do Orçamento para serem gastos com compras governamentais nas obras do PAC e nas áreas de saúde, defesa, educação e agricultura.

Segundo o IBGE, o maior dinamismo no ritmo produtivo também se evidenciou no índice de média móvel trimestral.

O trimestre encerrado em agosto teve expansão de 0,8% em relação ao mês anterior, interrompendo comportamento negativo observado desde agosto de 2011.

De acordo com o instituto, considerando esse índice, sete dos 14 locais pesquisados também apontaram resultados positivos, com destaque para Amazonas (2,3%), Minas Gerais (1,6%), São Paulo (1,0%) e Bahia (1,0%).

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) já havia apontado a recuperação da economia brasileira.

O índice estima o grau de atividade econômica e foi criado para tentar antecipar os resultados oficiais sobre o PIB divulgados pelo IBGE.

A última estimativa disponível, divulgada em setembro, apontou aumento de 0,42 por cento em julho frente a junho, em dados dessazonalizados.

Nos sete primeiros meses do ano, o IBC-Br aponta um crescimento de 1,08% sobre igual período de 2011.

Ainda segundo o levantamento do IBGE, na comparação de agosto de 2012 com o mesmo mês do ano passado, Minas Gerais (4,6%), Goiás (3,7%), Bahia (3,4%) e Pernambuco (1,5%) também apontaram resultados positivos.

A Região Nordeste como um todo registrou crescimento da produção industrial de 1,7% na comparação com o mesmo período. No índice acumulado em 12 meses, Goiás (7,0%), Paraná (3,9%) e Pernambuco (3,8%) apresentaram aumento da atividade fabril.

Como houve queda na atividade em Espírito Santo (-2,4%), Ceará (-1,5%), Pará (-0,7%) e Pernambuco (-0,7%) e estabilidade na Região Nordeste, também pesquisada, a média nacional de expansão da atividade industrial fechou, no mês, em 1,5%. 

Fonte: Dourados Agora - Abimaq

terça-feira, 9 de outubro de 2012

BB reduz valor de 24 tarifas e 7 pacotes de serviços


Depois de ser pressionado pelo governo, o Banco do Brasil anunciou ontem a redução de 24 tarifas bancárias e 7 pacotes de serviços. Os cortes começam a valer na próxima semana e chegam a mais de 30%. A Caixa Econômica Federal também vai reduzir, nos próximos dias, os valores cobrados dos clientes por saques, transferências e fornecimento de cartões, entre outros serviços.

O corte de tarifas faz parte da nova ofensiva do governo sobre o setor bancário. No fim de setembro, a imprensa publicou reportagens mostrando que os bancos elevaram algumas tarifas. Entre eles, o Banco do Brasil, o que teria incomodado a presidente Dilma Rousseff.

Prioridades

Essa primeira rodada de cortes inclui 24 tarifas classificadas pelo Banco Central como prioritárias. Dessas, 22 ficam mais baratas que na Caixa, a maioria com diferença entre R$ 0,05 e R$ 0,30 no valor. Outras duas, com o mesmo preço.

A tarifa de saque, por exemplo, cai de R$ 1,70 para R$ 1,20. Na Caixa, o valor é de R$ 1,30. O pacote de tarifas padronizado passa de R$ 13,50 para R$ 9,90 no Banco do Brasil. Na Caixa, está em R$ 10. Nos dois casos, a concorrente informou que vai cortar seus valores.

Também foram reduzidos os preços das principais cestas de serviços, que custam hoje entre R$ 40,60 e R$ 49,90 e passam para R$ 38,00 por mês no BB. Nesse caso, a Caixa cobra valores de até R$ 24 e poderá manter os preços.

Ações em baixa. O anúncio do BB derrubou as ações do banco estatal, que caíram 3% ontem, dia em que a Bolsa subiu 1,27%. No mês, a ação do banco já perdeu 8%. O vice-presidente de Negócios de Varejo da instituição, Alexandre Abreu, afirmou que o ganho de escala vai compensar a redução de tarifas e não haverá grandes impactos sobre o lucro. Para ele, a medida é sustentável e vai gerar valor para o acionista no médio prazo.

“Reduzimos as tarifas mais utilizadas pelo público. As razões para isso são um ganho muito forte com clientes que passaram a utilizar o banco depois da redução dos juros e um ganho de escala que nos permite revisar para baixo alguns preços”, disse. “O impacto existe, mas não é tão significativo.” Segundo Abreu, as tarifas bancárias teriam de ser reduzidas por questões de mercado e o banco está se antecipando a esse movimento, assim como ocorreu em relação às taxas de juros. Afirmou ainda que, com novos ganhos de escala, não estão descartadas novas reduções.

O vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival, também afirmou que o corte das taxas segue a mesma lógica da redução dos juros. “É a mesma filosofia. Não há perda de receita”, afirmou.

Percival disse que o banco já dobrou o ganho com tarifas neste ano e espera que esse crescimento se repita, com a demanda maior por serviços mais baratos.

Segundo Percival, o novo valor das tarifas sai nesta semana e deve acompanhar a estratégia de manter a Caixa como o banco com os menores preços do mercado.

Adaptação

O analista de bancos Luis Miguel Santacreu, da Austin Rating, afirmou que os bancos públicos e privados terão de se adaptar à estratégia de buscar novos clientes e aumentar as operações de crédito para manter seus ganhos. “Assim como foi feito com os juros, acredito que os bancos privados devem anunciar algumas reduções de tarifas”, afirmou.

Nas últimas semanas, os dois bancos estatais anunciaram reduções em várias linhas de crédito. A Caixa também cortou a taxa de administração de alguns fundos de investimento, outra fonte de receita dos bancos.

Fonte: O Estado de S. Paulo - Abimaq