quinta-feira, 28 de março de 2013

Setor de máquinas agrícolas espera crescer 10% em 2013

(24/03/2013) - Produtores agrícolas capitalizados e condições de crédito favoráveis a investimentos, especialmente por conta do PSI (Programa de Sustentação do Investimento), motivam otimismo entre os fabricantes de máquinas e implementos agrícolas.
Para Celso Casale, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, o faturamento do setor deverá crescer 10% este ano (no ano passado o setor registrou aumento de 13%).  “Produtores capitalizados por boas safras e apoiados pela manutenção da oferta de financiamento regular e não sujeita a interrupções devem confirmar o bom desempenho nas vendas de máquinas e implementos agrícolas.”
Casale observa que mesmo com a conjuntura favorável é preciso estar alerta “principalmente pelo fato de estarmos crescendo isoladamente em meio a uma economia que apresenta índices de expansão bastante discretos”.
Os fabricantes de tratores e colheitadeiras, representados pela Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores) também enxergam um momento favorável para investimentos, mas preveem crescimento mais modesto. “Para este ano prevemos um crescimento 4 a 5% em unidades”, comenta o representante do segmento dentro da entidade, Milton Rego. “É um crescimento bom, importante, mas bem abaixo das previsões do aumento da renda agrícola, de 14%”, diz, explicando que apesar do crescimento em número de unidades ser menor, as máquinas procuradas têm maior valor agregado, com maior tamanho e potência. Em 2012 foram vendidas 69,4 mil máquinas agrícolas.
A competitividade no mercado global é o grande desafio do setor, segundo os dois entrevistados, sendo o Custo Brasil a principal dificuldade a ser enfrentada. Casale afirma que uma das metas da Câmara Setorial da Abimaq para os próximos anos é a de “criar condições para elevar o padrão das tecnologias embarcadas nos produtos das empresas associadas para que elas consigam melhorar sua competitividade e, assim, enfrentar uma concorrência cada vez mais acirrada e cada vez mais globalizada, inclusive com possibilidade de ocorrer fusões e incorporações”.
No acumulado de janeiro a dezembro do ano passado houve aumento de 22,9% nas importações de máquinas e implementos agrícolas. Milton Rego lembra que o mercado brasileiro é um dos mais promissores no mundo e alvo de interesse de fabricantes de todo o mundo, enquanto os fabricantes locais sofrem com a falta de competitividade nas exportações. “Hoje estamos exportando basicamente para o Mercosul. Ainda que o mercado brasileiro seja forte, a exportação é importante para manter a economia dinâmica”, destaca. (Juliana Passos)
Fonte: Usinagem Brasil

quarta-feira, 20 de março de 2013

Produto brasileiro está 34% mais caro, aponta Fiesp


O "custo Brasil", aliado à valorização cambial, torna o produto brasileiro 34,2% mais caro em relação aos principais países que exportam para o Brasil, revela estudo do departamento de competitividade da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que levou em consideração os 15 países que mais fornecem manufaturados ao Brasil. O universo pesquisado representa 76% das importações de industrializados do país. O levantamento levou em consideração dados de 2012.

Um dos fatores mais destacados no estudo para a elevação do custo de produção brasileira é a carga tributária. O levantamento da Fiesp mediu de forma separada os efeitos dos tributos indiretos e dos diretos. Segundo o estudo, o peso dos tributos diretos brasileiros torna o produto doméstico 6,7% mais caro que o dos países parceiros e 5,1% mais caro que o da China.

No cálculo, foi considerada a desoneração da folha de pagamentos que entrou em vigor para algumas atividades da indústria de transformação no ano passado. Isso, segundo o estudo, reduziu a participação da carga tributária no preço industrial em 0,5 ponto percentual.

Outro problema, porém, está nos tributos indiretos, que deveriam somente incidir sobre o valor adicionado. Dificuldades na forma de cálculo desses tributos, porém, provocam perdas com créditos, o que torna irrecuperável parte do recolhimento. De acordo com o estudo da Fiesp, esses tributos irrecuperáveis elevam em 5,8% o preço do produto industrial na comparação com os países parceiros e em 6,1% em relação à China.

José Ricardo Roriz Coelho, diretor de competitividade da Fiesp, exemplifica como tributos irrecuperáveis o PIS e a Cofins recolhidos sobre receita pelas empresas e em estudo para reforma pelo governo federal. Atualmente o cálculo não cumulativo das duas contribuições não permite que as empresas usem como crédito o PIS e a Cofins pagos em todas as despesas. Somente os insumos empregados na fabricação e que são incorporados no produto dão direito a crédito.

O estudo mediu ainda o impacto da burocracia necessária para acompanhar as mudanças tributárias e o excesso de normas para diversos impostos. Os custos da burocracia brasileira trazem um adicional de 2,9% aos preços dos produtos brasileiros em relação ao dos parceiros e em 3% na comparação com a China.

O impacto do câmbio também foi analisado. Segundo o estudo, a moeda nacional ainda está valorizada em relação ao dólar, com apreciação de 29% calculada em janeiro. A valorização do real pode beneficiar parte da indústria ao ajudar a reduzir o custo de insumos importados.

A absorção dessa redução de custos, porém, está limitada, em média, a 40,2% do preço final do produto industrial. Isso faz com que uma valorização de 25% da moeda nacional ante o dólar, por exemplo, resulte em uma redução de máxima de 10% no preço final do produto industrial.

Os cálculos levam em consideração a matriz insumo-produto do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O cálculo leva em conta que o custo de insumos, componentes, partes e peças correspondem a 40,2% do preço do bem industrial. O restante são despesas não afetadas pela variação cambial, como salários, tributos, lucros e demais custos operacionais.

O maior problema acontece quando o produto da indústria nacional concorre com o importado, que absorve de forma quase integral o efeito da valorização da moeda nacional. Para manter a competitividade nessas condições, diz Roriz, a indústria doméstica teria de corrigir a distorção por meio da redução da margem bruta. Alguns segmentos, porém, diz ele, já trabalham com margens apertadas.

A tributação na importação, segundo o estudo, é amena, o que acaba facilitando a entrada de produtos externos. Diferentemente do que se pensa, diz Roriz, a alíquota efetiva de importação brasileira é bastante baixa em relação ao máximo de 35% permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC). O levantamento indica que a alíquota média praticada na importação é de 9,8% para o universo dos países de origem mais importantes. Para os produtos "made in China", a alíquota média é de 14,7%.

Fonte: Valor Econômico - Abimaq

quarta-feira, 13 de março de 2013

Produção industrial recua mais que o previsto na zona do euro


A produção industrial da zona do euro caiu 0,4% em janeiro na comparação com dezembro e 1,3% na comparação com janeiro do ano passado. A previsão de analistas era de queda de 0,1% na comparação mensal.

Em toda a União Europeia, a indústria encolheu 0,4% na comparação mensal e 1,7% na anual.

Em dezembro na comparação com novembro, a produção havia aumentado 0,9% na zona do euro e 0,8% na União Europeia.

De acordo com a Eurostat, agência de estatísticas da região responsável pela divulgação dos números, a produção de bens de consumo duráveis recuou 1,4% em janeiro ante dezembro na zona do euro, enquanto a de bens de capital cedeu 1,2%. A produção de energia caiu 1,0% e a de bens intermediários cresceu 0,1%. A produção de bens de consumo não duráveis aumentou 0,9%.

"A recuperação econômica na zona do euro será dolorosamente lenta", disse o economista Nick Kounis, chefe de pesquisas macroeconômicas do ABN Amro Bank em Amsterdã, antes da divulgação do dado. "Com o crescimento tão fraco e a inflação continuando a cair para níveis baixos, acreditamos que há espaço para mais estímulo e que o BCE deveria ser mais ativo", afirmou ele, referindo-se ao Banco Central Europeu, que prevê contração de 0,5% na economia da zona do euro neste ano.

Fonte: Valor Econômico - ABIMAQ