sexta-feira, 1 de junho de 2012

Copom reduz Selic para 8,5% ao ano, a menor taxa da história

O  Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou nesta quarta-feira (30/05) a redução da Selic, a taxa básica de juros da economia, de 9% para 8,5% ao ano, o menor patamar da história.

Com o corte, as mudanças na remuneração da poupança anunciadas pelo governo no início do mês passam a valer. Ou seja, o rendimento da caderneta será menor para o dinheiro depositado pelos brasileiros depois de 3 de maio.  As aplicações serão remuneradas pela Taxa Referencial (TR) mais 70% da Selic, o equivalente neste momento a 0,4828% ao mês. Para os depósitos até 3 de maio, fica assegurada a regra anterior, mais vantajosa, com rendimento de TR mais 0,5% ao mês.

A decisão do Copom foi tomada por unanimidade. Segundo o comitê, a inflação está atualmente sob controle e a fragilidade da economia mundial tem contribuído para manter a estabilidade de preços.

Com a redução, o BC diminuiu o ritmo de queda do juro básico da economia. Na última reunião do Copom, em abril, a taxa havia sido reduzida em 0,75 ponto porcentual.

O corte de 0,5 ponto percentual já era esperado pelo mercado. De acordo com levantamento do AE Projeções, de 80 instituições financeiras consultadas, 67 esperavam uma queda de 0,5 ponto porcentual, 11 aguardavam redução de 0,75 ponto e apenas duas apostavam em corte de 0,25 ponto porcentual.

A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 10 e 11 de julho. A ata da reunião de hoje será divulgada pelo BC na sexta-feira da próxima semana, dia 8 de junho.

Repercussão

O corte da Selic realizado hoje pelo Copom foi recebido com festa pelo empresariado e pelas entidades de classe dos trabalhadores. A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) avaliou, em nota divulgada à imprensa, que a redução "é um marco para o Brasil pós-ditadura".  A entidade lembra que, pela primeira vez desde 1986, o país terá uma taxa de juro real mais próxima à praticada em países de economia madura, por volta de 2,8% ao ano.

A Fiesp e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) também elogiaram o Banco Central. Para a CNI, o corte "é essencial diante da crise internacional". Já a Fiesp afirmou em nota que "a queda nos juros e o equilíbrio cambial são positivos", mas cobrou do governo medidas adicionais para recuperar a competitividade da indústria brasileira. A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) classificou como "louvável" a redução dos juros, mas também se dirigiu ao governo para pedir que ele continue a pressionar as instituições privadas a baixarem suas taxas de financiamento.

A Força Sindical chamou a nova redução da taxa Selic de "um alento para a fraqueza industrial do país que vem mostrando dificuldades em apresentar sinais consistentes de crescimento".

Fonte: Época Negócios
Abimaq

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